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segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

Sem conta



Amanheceu em mim um tanto de pedaços.
Eu que não sou dada às contas,
Não farei conta se algo me faltar.
O meu coração parece ter sido feito em cacos,
Cintilantes brilhos vistos de meu olho.
Planetário, observatório:
Contemplando estrelas distantes:
Gotas de meu amor derramado pelo chão.
Não, não há nada de todo o mal.
Não há nada de todo sério.
É só mais um passo.
Trôpego, eu sei, mas o destino é esse:
Um toque de “não me leve a mal,
Não me leve a sério”,
Por mais que, no fundo, eu só pensasse em dizer “me leve”.
E fui leve na passagem do tempo.
Fui o que podia ser,
Alegre verão, mesmo preferindo outono.
Fui passarinho,
Aprendi com o poeta que os problemas passarão.
E meu coração, atropelado,
Na contra mão, em desvantagem,
Sem passe livre, foi deixado ao chão,
Pobre vítima da queda livre da paixão.
Afogado num copo qualquer
Jogado da borda de uma taça,
Misturado ao vinho-sangue que bebi.
Machuquei-me de leve
E não faço conta da cota que paguei:
Valeu o sabor da bebida.
De resto, a vida me apanha ali na estrada,
Em seguida.
Como quem não quer nada,
Como quem me quer bem.
Como quem me sabe companhia
E vai me levar por aí,
Sem me exigir pouco mais que atenção.


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